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terça-feira, 10 de maio de 2011

Carta a Telê Santana!


Caro Telê:
Quero, com humildade,
lhe dizer
que nasci na mesma cidade
onde nasceu você.

Um dia,
quando ainda em Itabirito
vivia,
tive prazer e alegria
de conhecer sua tia.

Era uma tarde triste
e minha mãe,
sofrida e abandonada,
encontrou na boa alma
(era dela afilhada)
consolo e calma.

Eu, triste infante,
minha irmã,
vestido vermelho, bufante,
estávamos famintos.
Procurar alimentos,
era de minha mãe o afã.

Na pequena cidade,
difícil é a procura,
quando, dentro da lisura,
uma mulher quer viver.
Dona Maria (Deus a guarde)
Amparou-nos, naquela tarde,
Não nos deixando sofrer.

Hoje, vindo de lá,
Reencontrei-o no Ipê.
Fiquei feliz, não por mim,
mas por Dona Maria
que tão bem criou você.

Lembro de Eurico Catuta,
zeloso e compenetrado,
contar sobre meu pai
que minha mãe tinha
abandonado.

Conterrâneo Telê,
a vida corrida
que o destino me impõe,
afastou-me da gente amiga,
mas meu respeito manteve,
agora, antes e depois.

Nesta hora sofrida,
que da Copa perdida,
choram todos brasileiros,
eu, com eles,
com você primeiro,
choro também.

De alegria,
pelo belo comportamento,
de você,
grande timoneiro,
condutor sereno,
que tudo fez de respeitoso
para que nosso “timão”
fosse compeão.

Mineiro tinhoso,
itabiritense de ferro,
se não trouxe a taça,
pouco importa.
Mostrou raça.
Mostrou graça.

No meu coração,
no de todos nossos irmãos,
quer do Brasil quer não,
fomos, somos e seremos sempre
- com você e como você –
o GRANDE CAMPEÃO.

Romeu Oliveira Gurgel, em
Copacabana, 6 de julho de 1982.
Nota do autor: Maria e Eurico Catuta, tios que criaram Telê. Minha mãe, Branca, era afilhada dela. O episódio da perda da Copa e de um dia de fome, eu e minha irmã crianças, amparados por Maria Catuta. Eurico Catuta e meu pai, Vicente, eram b arbeiros.em>

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