QUEM NÃO DEVE, NÃO TEME, NEM TREME, ASSOPRA...
Perto
de duas horas após meia noite, nesta bonita, bonita não, linda cidade de São
Sebastião do Rio de Janeiro, dirijo meu carro asiático pela praia, destino ao
meu apê no Posto 6, quando um enorme balão branco me mostra que estou numa
verificação rotineira da Lei Seca.
Como
já enfrentei outros engarrafamentos de trânsito iguais, sem ser sequer notado,
continuei meu caminho, mas uma luzinha vermelha na mão do policial me indica
que “pare” e estacione.
-
Sou o policial Nogueira, por favor ligue o alerta do seu carro. Documento do
veículo e habilitação.
Com
os documentos em seu poder, o servidor público me perguntou se havia bebido e
se eu aceitaria fazer o teste.
Sorrindo,
respondi-lhe que não bebi e que faria o teste e afirmei “Lei Seca, esta eu
apoio” e lá fui eu.
Nunca
havia sido abordado antes. Como a
primeira vez você nunca esquece, resolvi curtir os detalhes.
Um
outro policial verificou meus documentos e os reteve, enquanto o Nogueira me
mostrava um “bico” do etilômetro lacrado em plástico, ajeitava a maquininha e
me pediu que soprasse forte, por três ou quatro segundos.
Resultado:
sem álcool ...
Devolvido
os documentos, elogiei o jovem policial pela sua educação e firmeza.
No
papo, perguntei se conhecia meu sobrinho e ele, demonstrando felicidade,
falou-me do Tenente Laidens (orgulho da mamãe Vera Laidens e desse titio Gurgel
que, embora entenda, não consegue aceitar que não seja Tenente Gurgel, da mesma
forma que o filho Cláudio é Castanhola em vez de Gurgel (os risos aqui são
permitidos, mas, como decano dessa família e estudioso de sua origem, amo nosso
nome e dele me orgulho).
Ligado
o carro, subi a avenida em poucas quadras e já estava na minha garagem,
lembrando da minha mãe que, ao me ameaçar com o chinelo ou com a vara de
marmelo, após alguma traquinagem que eu teria feito, dizia, mudando o ditado
popular:
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Fale a verdade, quem não deve, não “treme”, menino ...
Romeu
O. Gurgel,
Copacabana,
15 de março de 2013.