O MENINO DE ITABIRITO NÃO SE AFASTA DE SUAS LEMBRANÇAS. MAS VIVE, COM INTENSIDADE, NO LOCAL QUE ESCOLHEU PARA SUA RESIDÊNCIA, A COPACABANA, PRINCESINHA DO MAR, BELA COM SUAS BELEZAS. ULULANTE E COSMOPOLITA. SEU PENSAMENTO, A ENORME LEMBRANÇA E A IMAGINAÇÃO FÉRTIL SÃO OS INGREDIENTES DE SUAS ESTÓRIAS E HISTÓRIA, CONTADAS COM SENTIMENTO.ITABIRITO É SUA ORIGEM. COPACABANA SUA RESIDÊNCIA. O MUNDO É SEU QUINTAL.
sábado, 28 de dezembro de 2013
NATAL DE 2013
Há tantos anos ele nasceu e sempre é
lembrado, quer pelos que o amam, quer por aqueles que o odeiam. Tantos se aproveitam de seu nome, de sua
imagem, daqueles que o amam, para tirar proveito insano e lucros desmedidos. Tantos se imiscuem entre os que o amam e
roubam, falseiam, ludibriam, até em seu nome.
Há, porém, uma maioria feliz que ama e
é amada.
Que respeita e é respeitada.
Há as diferenças.
Há as semelhanças.
Sobretudo, há as crianças!
Ah ... as crianças, seres pequenos que
entram nesta vida de ilusões, com esperanças, com credibilidade.
Seres que, se não crescessem, mudariam
o mundo pela autenticidade de viver sem sofrer, de viver sem tristezas, de
viver só por viver.
Ainda me lembro das tentativas que
meus olhinhos de cinco ou seis anos de idade faziam por não fechar.
Queriam esperar, acordados, o Papai
Noel.
Minha boa mãe, cordata com meus
desejos, movia minha cama do quarto para a sala e a colocava ao lado do presépio,
cuidadosamente armado, com limo tirado das terras úmidas que beiravam o
córrego, o rego d’água.
- Que hora Papai Noel chega?
- Como ele entra na nossa casa?
- Como ele sabe o que quero?
- Ele leu a carta que mamãe escreveu
para ele?
As histórias e estórias que minha mãe
contava, paciente, intercalada de canções cantadas com carinho e emoção,
embalava meu coração de criança e faziam crescer o peso das pálpebras pequenas
e eu acaba por dormir.
Como sono de criança é bom...
Sem ouvir o barulho do bom tio que
trazia, escondido sob a capa de boiadeiro, o presente que o Papai Noel, com
tanto trabalho nesta época, lhe incumbia de trazer.
Ao acordar a surpresa, a alegria, o
presente.
São quase 73 de anos de vida e, neste
dia, custo a dormir, esperando que Papai Noel chegue e eu possa vê-lo.
Não consigo esperar.
Não tenho mais as canções da minha
mãe, mas o sabor do bom vinho, da farta ceia.
Mas continuo esperando e, sempre, ao
acordar, sempre me surpreendo com o presente.
Além daquele maior (que é a vida),
tantos outros, tantas felicidades, tantas alegrias, tantas surpresas.
Meus olhos, de pálpebras cansadas,
pesadas, deveriam fechar-se mais vezes, em mais noites de Natal, para que
maiores e sempre melhores presentes viessem!
Paz, saúde, solidariedade, lealdade!
Feliz Natal, ho, ho, ho ...
Romeu
Oliveira Gurgel, Copacabana,24.12.2013.
Assinar:
Postagens (Atom)