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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Crônica de Natal


Neste Natal, de número 71 na minha existência, quero ser diferente.
Não quero sofrer a tristeza de o Papai Noel não me ter trazido o velocípede dos meus 7 anos que levou para o filho do médico da minha cidade natal, Itabirito querida, por mim, pelo Alyrio Cavalliéri e pelo Telê Santana.

Não quero sofrer a tristeza de saber que, com mais de 30 anos, falido, não pude dar aos meus filhos os presentes que me pediram.

Não quero sofrer a tristeza de ver lágrimas nos olhos de minha filha, aos meus 50, quando constatou que não mais teria o casal de seus pais junto.

Não quero, nunca mais, passar dois anos, dois meses e dois dias lutando pela volta de meu filho, mas neste Natal, sobretudo, não quero fingir, nem mentir, nem sorrir, nem chorar, nem sublimar, nem ansiar, nem mesmo quero sonhar.

Neste Natal quero dizer a verdade, sem querer consertar ou modificar, porque quero respeitar.
Não me importa se irmãos não se falem, se interesses financeiros suplantem amizades, se ex cônjuges digladiem, ferrenhos.

Não me importa, juro que vou ser diferente, vou ser sincero comigo mesmo, sem sequer fazer promessas.
Neste Natal, vou beber, vou comer, mas não vou dar presentes.

Nem um único sequer, nem mesmo uma caixa de bombons para a recepcionista.

Neste Natal, que vai ser diferente, só vou fazer uma única coisa, uma única reflexão.
Vou mirar os olhos de Pedro, de Mel, de Clara, de João Víctor e de Luma e ver se encontro, neles, a única coisa que procurei nas retinas de Alexandre, de Cláudio, de Túlia, de Maira e de Romeu: o amor de uns pelos outros.

Neste Natal não vou deixar de lembrar o passado, porque o passado é viver o presente, sem remorsos e ter o futuro como a continuidade.

Neste Natal não vou estar presente nas festas e banquetes, mas vou estar presente nas mentes, nos sonhos, nas alegrias e tristezas, nos sorrisos e nas lágrimas.

Neste Natal, simplesmente, vou ser eu, como no ano inteiro fui.

Vou ser autêntico, como sempre.

Neste Natal, vou simplesmente viver e dizer que amo a vida!

Romeu Oliveira Gurgel,
Copacabana, Natal de 2012.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ed Kube



Conheci-o faz poucos dias.

Este brasileiro que mora em Nova Iorque é um indivíduo singular, exemplo de dedicação e denodo pelo trabalho a que se dedica naquela cidade, há quase vinte anos: recepcionar gente de língua portuguesa e facilitar sua vida nos Estados Unidos.

Não é um simples cicerone ou motorista de transferências dos aeroportos para hotéis.  Muito mais que isso, Ed é um entusiasta da história americana e a conhece bem, fala inglês sem sotaque paulista, mas não esconde sua origem ao falar o nosso idioma.

Seu perfil atlético e a semelhança com Clark Kent (quem não se lembra do jornalista que, mudando de roupa, vira o Super Homem) ocultam sua sensibilidade e conhecimentos profundos da vida humana que transmite aos seus clientes com vibração e entusiasmo.

Nas duas semanas que antecederam o furacão Sandy que passou a ser chamado de tempestade, estivemos juntos em Nova Iorque, Boston e Washington e vimos os melhores lugares, sobretudo aqueles que nem passa pela cabeça de um turista mediano ver, sem deixar de ver, com profundidade, os verdadeiros significados dos monumentos comuns.

Faço o registro, num elogio sincero e agradecimento que não soube lhe transmitir, pela dedicação e acerto, pelo elevado profissionalismo e pelo profundo bom gosto.

Thanks, Ed Kube!

Copacabana, 1º de novembro de 2012.

Romeu O. Gurgel

sábado, 15 de setembro de 2012

LUMA

Estou, ainda, nas nuvens, com minha quinta neta.
Não sei porque lhe foi escolhido este lindo nome.
Conheço uma outra, desde pequena, por tantos amada.
A origem do nome da Luma que se celebrizou a partir dos carnavais, eu sei que vem de sílabas dos nomes de seus pais.
A minha neta pode ser pelo LU de Lucimaira e o MA de Maira.
Não importa, pois quanto a Lucimaira nasceu, levou esse nome para homenagear sua avó materna, Luci e ter o nome que escolhi, Maira, letras embaralhadas do mais lindo nome de mulher jamais inventado: MARIA.
A pequena LUMA nasceu grande, com 3,540 quilogramas e 48 centímentros, no dia 10 de setembro de 2012, às 21:25 horas e teve seu registro civil declarado pelo feliz papai ADRIANO que, zeloso, transcreveu até com tremas os nomes da mamãe e de todos os avós.
Esta postagem, garanto-lhes, engrandece meu ego, na foto da lindinha, da terra e da família:





quinta-feira, 16 de agosto de 2012

sábado, 4 de agosto de 2012

SEM SOLIDÃO


O sol, na praia, solzão.
Gente corre, gente bonita.
Velhos e pombos no chão.
A mãe, sem rir, se irrita.


Ciclistas pedalam ou não.
Sorvetes são consumidos.
Espetinhos de camarão.
Cachorros e seus latidos.

Em Copacabana, da canção,
belas mulheres, passeiam.
Homens, de copos na mão.
 
Pelas mulheres que anseiam,
Pelas respostas, sem “não”
vivem alegres, vagueiam.

 Romeu O. Gurgel, 4.08.2012

sexta-feira, 27 de julho de 2012

DR. LUIZ GUSTAVO DE FREITAS







Luiz Gustavo de Freitas, hoje homenageado em meu blog, é dessas pessoas que a gente vê no dia a dia, de terno, advogado que é e, logo, percebe sua competência e dignidade, fatores de seu destaque no maior escritório criminal da Baixada Fluminense.

A intimidade que me permitem, faz-me testemunha das inúmeras vezes que o Dr. Gustavo é instado a professar seus conhecimentos jurídicos e de grande percepção fática e, antes mesmo que o maior do Escritório, Dr. Édison Ferreira de Lima, sugira ou determine a medida, antecipa seu pensamento, trazendo a solução.

Vi Gustavo menino, amigo que sou de sua família e, confesso que já me impressionava, como que antecipando a firmeza de caráter que o distingue hoje.

A equipe do Dr. Édison é respeitada nos meios jurídicos e forenses, admirada por alunos e professores.

Dr. Gustavo, sem demérito para os demais componentes, todos competentes, como a jovem Dra. Carolina, o Dr. Pedro Otávio, o Dr. Leonardo, todos assessorados pelo Jorge, Jorginho para nós, é o expoente indefectível da equipe.

Age sem alarde, fala sem gritos, escreve o bom português e lavra petitórios para juízes e desembargadores deferirem.

Sua clareza de expressão e objetividade, fazem-no merecedor da admiração e respeito de todos, em especial deste modesto advogado, de inscrição 36.500 e com mais de quatro lustros de efetivo exercício profissional.

A descrição que tentei fazer é humilde diante da magnitude de Luiz Gustavo de Freitas.

Romeu Oliveira Gurgel

terça-feira, 29 de maio de 2012

ÉDISON FERREIRA DE LIMA


Nestes quadros,
dois quadros,
 três rostos de advogados.
Amados, adorados!

Nesta tarde,
bela tarde,
sol que arde.

Homens trabalham.
Mulheres labutam.
Na luta.

No Tribunal, gente quente,
vibrações, julgamentos,
falas eloquentes.
Grandes momentos.

Édison Ferreira, o Mestre,
fala, vibra, enlouquece.
Os julgadores, sisudos, enternece.

 Vence a luta, ganha a causa.
A sentença era arguta, impoluta.
Agora fenece, vencida, esquecida.
Prevalece a justiça, resoluta.

Jovem na primeira fila.
Chora.
Seu rosto brilha.
Quase aplaude.
Mas advogado não faz alarde.

Sussura, resmungando,
amando, soluçando:
- Que advogado!!! Que maravilha!!!

 (Nas fotos roubadas, minha homenagem ao brilhantismo de um advogado-homem-de-bem e sua família)

Romeu Oliveira Gurgel,
Copacabana, 29.05.2012.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ao ver um quadro...



Pintura
Muitas vezes sorri.
Muitas vezes chorei.
Jamais fugi.
Sempre lutei.
Quando te vi,
Só admirei.
O coração abri.
A vitória alcancei!
Bela pintura.
Tela sem igual.
Pura formosura.
Cabelo enrolado.
Pose sensual.
Estou apaixonado!

ROMEU OLIVEIRA GURGEL,
COPACABANA, 28.05.2012

sábado, 19 de maio de 2012

Itabirito e Padre Miguel

Na última vez que fui a Itabirito, faz mais de um ano (que pecado, devia ir lá sempre), num final de tarde, caminhava próximo à Igreja da Boa Viagem quando fui abordado por um simpático cidadão que me questionou se eu era de lá.
Identifiquei-me e fiquei surpreso com a reação.
Padre Miguel (que eu não conhecia) mandou abrir o museu que ocupa a antiga escola da Dona Antônia só para eu e minha amiga Patrícia vermos.
Viajei pelos meus tempos de menino e vi procissões, li listas de presença de reuniões de Filhas de Maria e da Irmandade do Santíssimo Sacramento.
Fiquei feliz em saber que Itabirito tem no Padre Miguel um entusiasta pela sua história e um anelo pelo seu futuro.
Voltei para o Rio. Aqui também tem Padre Miguel, só que um bairro suburbano, não um vigário dinâmico e gentil.
Parabéns, Itabirito, pelo Padre Miguel.
Obrigado, Padre, beijo-lhe a mão e peço a bênção.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Tempo, tempo, tempo...



Rádio CBN ligada no receptor do carro, ouço a premiada escritora E. Brum e sua visão da vida.

Fala de uma doméstica que teria dito, mais ou menos, o seguinte:

“Quando descobri o que fazer com meu tempo, não tinha mais tempo...”

Impressionou-me a frase e lembrei o também escritor e, com certeza, não tão premiado quanto a Brum, mas muito mais conhecido, Olavo Brás dos Guimarães Bilac:

“Dê tempo ao tempo que o tempo dará tempo a tudo.”

Ora de meditar, escritores: O tempo é único para cada vida e uma vida bem vivida é aquela que respeita seu tempo e o faz respeitado.

Meu tempo, com certeza, é só meu, mas poderá ser de todos que dele tirarem algum proveito ou lição.

Assim, continuo escrevendo, pois é tempo de escrever e eu gosto...



Romeu O. Gurgel,

Copacabana, 16 de abril de 2012.

sábado, 7 de abril de 2012

VICENTE BARBEIRO

No interior, os nomes se perdem e apelidos ou referências os substituem. Não foi diferente com meu pai, Vicente Paulo Gurgel que, se vivo fosse, estaria beirando 96 anos de vida. Passou à eternidade poucos dias antes dos 80, mas não sem deixar muitas lembranças e muitas estórias, histórias e “causos” típicos do mineirão que gostava de conhaque, cachaça e bebia cerveja quente, porque gelada fazia mal aos pulmões comprometidos com uma asma crônica.

Conheci-o quando completei meus 9 anos de idade e, lembro-me bem daquele dia que ele voltou para minha mãe, a quem abandonara cerca de sete anos antes, deixando-a com um casal de filhos (eu e Teresinha).

A todas as conversas, Papai respondia com um “é lógico” e consentia com o que eu dizia.  Ainda não foi daquela vez que ele ficaria conosco, sua família, pois deveria voltar a Passa Tempo e resolver algumas coisas.  Escreveu-me.  Respondi com uma página de caderno inteira escrita de cima em baixo “é lógico, é lógico, é lógico...”

Pedi-lhe um violão de presente (nunca aprendi nada de música, senão o indispensável para passar nas aulas do Professor José Bastos Bittencourt), mas Papai satisfez meu pedido.   Como eu era bastante franzino e ele não via como eu pudesse segurar um violão, trouxe-me um cavaquinho.  Minha mãe, com sua letra bonita, nele escreveu “Romeu Oliveira Gurgel aos 9 anos de idade” e, ante minha indignação por ela ter escrito no instrumento, ensinou-me que os grandes artistas escreviam seus nomes (autógrafo? acho que era o que ela queria dizer).

Sempre achei que Papai, secretamente, falava bem de mim.  Mas, na presença, sempre me repreendia, sem jamais agredir.  Ensinava.

Esta semana, confirmei minha suspeita da admiração do meu pai.

Este fabuloso veículo de aproximação que é a rede social da web me enviou o depoimento de Sebastião Paulo Oliveira Pinto, remontando à sua infância e as idas de Papai à casa dele, no exercício de seu trabalho.

Ei-lo:

Ali na Rua João Pinheiro, tinha uma escolinha na qual quando rapaz frequentei muitas quadrilhas juninas. Então perto desta escola morava um barbeiro (Sr. Vicente, acho) que o meu pai, Manoel (Balão) João Pinto; quando eu era criança, solicitava seus serviços e ele ia lá em casa e cortava o cabelo de todos os filhos as vêzes até das meninas tambem.
Tinha um filho que era um orgulho dele e durante todas as vêzes, doze vêzes por ano, eramos "obrigados" no bom sentido a ouvir todos detalhes sobre este guri, desde de um simples bolso furado até de como era campeão no jogo de finca.
Bom se eu não me engano esse filho é voce, e pelo que sei quando vou em Itabirito vendo suas crônicas no jornal, Sô Vicente, já no andar de cima, deve continuar, agora com certeza, a falar da cria com o oragulho de sempre, e agora plenamente justificado.
Uma abraço, tudo de bom, sucesso e DEUS abençoe voce,sua casa, e toda sua familia.
Em tempo, se estiver enganado, delete o que for equivoco, e quarde as coisas boas do texto como um incentivo ao ser humano que voce é, porque se seu pai não for o Vicente, com certeza outro homem como pai forjou um belo carater.

Pois é, Sebastião, você me fez chorar de alegria, por me dar a conhecer que Papai se orgulhava de mim e dizia isso a amigos como você e seu pai.

Queira Deus, amigo, quando eu já estar em outro mundo, alguém possa dizer a meus filhos o quanto os amo e admiro e o quanto deles me orgulho. E são cinco: Alexandre e Cláudio (filhos de minha primeira esposa, Lourdes), Túlia, Maira e Romeu (filhos da Sônia).  As “crianças” tem de 44 a 33 anos e já me deram quatro netinhos  (Pedro, 16, Mel, 8, Clara, 7 e João Victor, 5).

Não perco uma única oportunidade de falar dos sucessos dele e, como você fez na sua infância, muita gente tem me “aturado” contando meus casos de sucesso de meus filhos.

Romeu Oliveira Gurgel, Copacabana, 7 de abril de 2012.