Powered By Blogger

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O autógrafo


Rio de Janeiro, 27 de abril de 2011.

 

Caríssimo Alyrio Cavallieri:

 

Quase dezenove horas, cansado de um dia extenuante de advogado, vivido do Fórum Regional da Barra para o da Comarca de Duque de Caxias, com passagem pelo Tribunal de Justiça, chego em casa.

 

O porteiro, com aquele sorriso de quem vai receber um agrado, me entrega um envelope pardo e, pela caligrafia do endereçamento que logo reconheci, não entendeu porque saí correndo para meus aposentos.

 

A dedicatória remeteu-me para o “Jovem de 88 anos” que já passa, graças a Deus, pelos noventa rumo ao próximo século.

 

Nada havia lido da Clara Arreguy, mas logo me identifiquei com seu estilo de escrever e deliciei-me com sua correta fala sobre o “meu tipo inesquecível”, amigo e exemplo divulgado para todas pessoas de bem com quem algum dia me relacionei.

 

Não parei naquela crônica e, não fosse o relógio do estômago despertar, ainda estaria lendo a deliciosa coletânea.

 

Antes, porém, não me contive em usar o melhor meio de comunicação jamais superado e escrever esta cartinha, embora esteja distante de você apenas alguns metros, facilmente alcançados com alguns passos ou uma pequena corrida de táxi, para registrar meu agradecimento pela remessa do livro e contar-lhe que você acabou de satisfazer um antigo desejo meu: ter um livro com seu autógrafo.

 

Claro que tenho seu livro Direito do Menor, edição de 1976 e muitas  vezes pensei em pedir-lhe a preciosa assinatura.

Estou, agora, realizado.

 

Atravessada a “Catraca inoperante”, vejo a mesma letra do século passado (fins dele, é claro, afinal eu e você somos jovens de 70 e 90 anos), agora para presentear-me com seu autógrafo aposto à dedicatória que esperei tanto tempo “Ao amigo dileto e conterrâneo, com um abraço.”

 

Obrigado, mesmo!

Um forte abraço,

 

 

 

 

P.S. – Ainda estou embalado pela emoção de ter participado de seu  aniversário, com direito a cantar o hino do “Glorioso” e constatar que o coro era bastante grande e animado.

Espero continuar recebendo as edições d’ “O Primo” e poder compartilhar, sempre, da admirável família Cavallieri.

Nenhum comentário:

Postar um comentário