Powered By Blogger

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Itabirito, nesta semana santa

Venho de lá, onde passei em revista meu habitat até os vinte anos.
Vejo, em ampliação vinte por trinta, excelente fotografia colorida assinada pelo meu genro (o Cristiano da Túlia, data venia).
Vagueio pelo tempo, como a nuvem destacada do límpido azul celeste do meio-dia, naquelas montanhas.
Não me lembro de ter sido criança, embora me veja aos quatro, aos cinco, aos nove e outras mais recentes idades naquelas plagas, muito adoradas.
Tenho saudade de tudo e de todos.
Como o Ataúlfo cantou, era feliz e não sabia.
Os programas radiofônicos (O Luquinhas da Loja de Bicicletas dizia que não entendia como eu, tão pequeno, tinha uma voz de besouro na Rádio Cultura), as crônicas publicadas (a curiosidade de todos quanto a quem seria o autor, pseudônimo de Robert Ray, capaz de denunciar “meninas que fumavam”. Quanta inocência, o grave crime denunciado era da utilização de produtos de Souza Cruz pelas jovens. E agora?, o que fazem as minhas jovens conterrâneas?).
A missa das seis na Igreja de São Sebastião, o óleo por mim derrubado, na pressa de iniciar a irradiação da Santa Missa Dominical:
- Senhores ouvintes, boa noite, diretamente da Matriz de São Sebastião passamos a irradiar a santa missa que será oficiada pelo Reverendíssimo Padre Adelmo....
O óleo derramando sobre meu casado, tirado às pressas, sem sair do ar e o pároco: - Coitadinho do Romeu, está todo ensopado.
Passo pela casa da Dalva esposa do Mendanha e vejo que Itabirito é muito bonita, imutável nos meus pensamentos.
Lembro do Padre Antônio e do Padre Geraldo.
Lembro do Luiz, companheiro nos estudos de italiano, lá no Hospital São Vicente de Paulo.
E todas as mulheres que me fizeram romântico eterno, sobretudo aquelas que amei sem jamais conseguir me aproximar, nem mesmo tirar para dançar naqueles bailes domingueiros no União ou no Itabirense.
Lembro até de dona Maria Catuta, madrinha de minha mãe, tia do Telê Santana.
E Lucy, aquela menina que me ajudava a lavar o banco de madeira ao lado de minha casa, tão bonita, talvez meu primeiro amor.
Lembro da Fufu, da Maria Helena, da Dalva, da Vera...
Da Maisé que me ensinou um código (Zenit x Polar) pelo qual seu nome ficava Mitai.
É melhor parar de lembrar.
É Sábado Santo, naqueles tempos, Da Aleluia, com bailes e alegrias.
Romeu Oliveira Gurgel, Rio, Copacabana, 2.5.2003, ao ver a foto tirada em 19.04.2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário