Abri minha agenda e verifiquei que a televisão tem seu dia, juntamente com o advogado e o garçon, neste 11 de agosto.
Buscando a analogia, verifico que ad vocare é chamar para si, o que faz certo que o advogado chama para si a obrigação de resolver ou, pelo menos tentar, o problema de seu constituinte.
Isto é servir.
O garçon serve bebidas e refeições.
Isto é servir.
A televisão “dá de bandeja” as notícias, as diversões, as alegrias e tristezas.
Isto é servir.
Vem o adágio à mente:
“Quem não vive para servir, não serve para viver”.
Análogos, pois, entre si os homenageados do dia.
Agora, vamos a Itabirito, da década de `50, quando eu vivia o prazer e as loucuras do primeiro emprego “com carteira assinada” no então Banco da Lavoura de Minas Gerais, sob a presidência do José Bernardino Alves Júnior e a gerência do inesquecível e inimitável Jorge Morgan da Costa.
O contador era o Artur Vivas e, dentre os demais componentes do grupo de trabalho, figuras notáveis como o Wagner Benício de Gouveia, mais conhecido por BG, o Álvaro, os Professores Aureliano Barros Brandão e José Alves de Moura Sobrinho, o Otávio (Tavinho) Baeta, o Cornélio, o Jairo, os meus muito queridos João de Carvalho Souza e João Carlos da Silva Guimarães, responsáveis pela minha ida para o Banco Mercantil e por ser torcedor do Flamengo, mas isto é outra história.
Os funcionários se reuniam em comemorações, em jantares programados, quase sempre no “Esquina do Chope” que, a meu ver, deveria existir sempre, tanto quanto o “Bar Central” (saudades, muitas).
Eu era o mais novo da turma, com meus quatorze anos e cabelos fartos e encaracolados, dificilmente assentados, à custa de espuma de sabão, o que fez o Cornelio pensar que era “gumex” (ou “gomex”, não me lembro da grafia correta), produto alisador de cabelos. Inventou um apelido para mim que me irritava bastante (Gomeu Gumex).
Fui para o ágape, servidos abundantemente vários pratos, inclusive um apetitoso leitão à puruca.
Minha primeira mancada nesse exigente convívio social se deu ali, naquele momento, quando eu, alto e bom som, pedi ao Sr. Álvaro:
- Por favor, “mi” passa o “porrrrco”...
Ele me serviu o delicioso leitão e eu passei a ouvir, do Jairo e do Cornélio, todos os dias e todos os momentos: “Mi passa o porrrco”...
Naquela época não sabia que me tornaria advogado, nem que freqüentaria as mais belas e finas casas de comida de nosso país e do exterior, mas com certeza sempre tive a vontade de servir bem, a tantos quantos com quem convivo.
É o que procuro fazer, espero que a televisão sirva o otimismo, com a gentileza dos garçons e o denodo dos advogados.
Viva o dia 11 de agosto.
Rio, 11 de agosto de 2009.
Romeu Oliveira Gurgel.
“Quem não vive para servir, não serve para viver”.
ResponderExcluirVerdade! Uma grande viva aos homenageados nesta crônica.
Beijos com carinho.