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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O advogado, o garçon e a televisão, no dia onze de agosto.


Abri minha agenda e verifiquei que a televisão tem seu dia, juntamente com o advogado e o garçon, neste 11 de agosto.
Buscando a analogia, verifico que ad vocare é chamar para si, o que faz certo que o advogado chama para si a obrigação de resolver ou, pelo menos tentar, o problema de seu constituinte.
Isto é servir.
O garçon serve bebidas e refeições.
Isto é servir.
A televisão “dá de bandeja” as notícias, as diversões, as alegrias e tristezas.
Isto é servir.

Vem o adágio à mente:
“Quem não vive para servir, não serve para viver”.


Análogos, pois, entre si os homenageados do dia.


Agora, vamos a Itabirito, da década de `50, quando eu vivia o prazer e as loucuras do primeiro emprego “com carteira assinada” no então Banco da Lavoura de Minas Gerais, sob a presidência do José Bernardino Alves Júnior e a gerência do inesquecível e inimitável Jorge Morgan da Costa.
O contador era o Artur Vivas e, dentre os demais componentes do grupo de trabalho, figuras notáveis como o Wagner Benício de Gouveia, mais conhecido por BG, o Álvaro, os Professores Aureliano Barros Brandão e José Alves de Moura Sobrinho, o Otávio (Tavinho) Baeta, o Cornélio, o Jairo, os meus muito queridos João de Carvalho Souza e João Carlos da Silva Guimarães, responsáveis pela minha ida para o Banco Mercantil e por ser torcedor do Flamengo, mas isto é outra história.


Os funcionários se reuniam em comemorações, em jantares programados, quase sempre no “Esquina do Chope” que, a meu ver, deveria existir sempre, tanto quanto o “Bar Central” (saudades, muitas).


Eu era o mais novo da turma, com meus quatorze anos e cabelos fartos e encaracolados, dificilmente assentados, à custa de espuma de sabão, o que fez o Cornelio pensar que era “gumex” (ou “gomex”, não me lembro da grafia correta), produto alisador de cabelos. Inventou um apelido para mim que me irritava bastante (Gomeu Gumex).


Fui para o ágape, servidos abundantemente vários pratos, inclusive um apetitoso leitão à puruca.


Minha primeira mancada nesse exigente convívio social se deu ali, naquele momento, quando eu, alto e bom som, pedi ao Sr. Álvaro:

- Por favor, “mi” passa o “porrrrco”...


Ele me serviu o delicioso leitão e eu passei a ouvir, do Jairo e do Cornélio, todos os dias e todos os momentos: “Mi passa o porrrco”...


Naquela época não sabia que me tornaria advogado, nem que freqüentaria as mais belas e finas casas de comida de nosso país e do exterior, mas com certeza sempre tive a vontade de servir bem, a tantos quantos com quem convivo.


É o que procuro fazer, espero que a televisão sirva o otimismo, com a gentileza dos garçons e o denodo dos advogados.


Viva o dia 11 de agosto.




Rio, 11 de agosto de 2009.
Romeu Oliveira Gurgel.

Um comentário:

  1. “Quem não vive para servir, não serve para viver”.

    Verdade! Uma grande viva aos homenageados nesta crônica.

    Beijos com carinho.

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