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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Hora e meia ou Dia dos Pais.


Por e-mail, recebo convite para almoçar no Porção Rios, quinta-feira, treze e trinta, para comemorar, por antecipação, o Dia dos Pais. 
Era já entendimento entre meus dois filhos mais velhos, para repetir momento íntimo igualmente realizado no ano passado.
Alegrei-me, aceitei e fiquei antecipadamente feliz, mas ansioso.
Afinal, somos três homens ativos, envolvidos em negócios e ações, trabalhos e viagens, obrigações mil.
Como nossos compromissos são superiores aos nossos prazeres, como nossos deveres são maiores que nossos lazeres, de repente imaginei uma tarde tranqüila, serena, lenta, morna, amena.
Lembrei de manhãs de domingos, quando levava os dois belos meninos inteligentes para jogar naquelas máquinas que antecederem os modernos equipamentos domiciliares e que só existiam em áreas comerciais e que pareciam esses caça-níqueis que a Polícia apreende hoje em dia.
Lembrei –me dos sorvetes, das revistas em quadrinhos, dos parques das praças públicas, dos lanches em “fast-foods” e nos rodízios de massas, de tantos passeios que, no final, deixavam quatro olhinhos cansados, mas brilhosos, como a dizer, vamos continuar, queremos mais.
Recordei-me da disputa pelo lugar ao meu lado, no carro.  Naqueles tempos crianças podiam viajar no banco da frente.  Lembrei-me de que, às vezes, parava o carro mais de uma vez para trocar os lugares, na tentativa de ser democrático, pois, justo, tenho a certeza de que nunca fui.
Para ser justo, seria preciso que abandonasse o volante e abraçasse ambos o tempo todo, repetindo o quando os amava e amo.

Acordei cedo, fui para o escritório, do escritório para a reunião no centro de processamento de dados, dali para o tribunal, do tribunal para o banco e ao conselho de magistratura, atendi várias ligações e, desesperado com o passar das horas, entrei num táxi.
- Estou chegando, filho, que bom que você já está ai.
O abraço aconteceu exatamente às treze e trinta horas e, nem mesmo nos sentávamos, chegou o terceiro membro indispensável ao evento: o trio Gurgel estava em reunião.
Nem cheguei a tomar metade da primeira dose de uísque e já estávamos nos dirigindo para a mesa reservada, no melhor lugar, com a melhor vista, com o melhor atendimento.
Os presentes cuidadosos, o vinho preferido, a cor certa da camisa, o cartão mensageiro, o escapulário para entregar ao Gurgel ausente.
As viagens futuras, as viagens passadas, os negócios, a família.
Nem se falou em futebol, mas em propostas de encontros futuros, quem sabe naquela feijoada beneficente.
O ágape maravilhoso, a sobremesa permissiva e...

O olhar no relógio, o pedido de desculpas, mas o trabalho e os compromissos continuam. Beijos.

Um dos filhos se vai, o outro consola-me oferecendo uma carona e minha imaginação egoísta faz pensar que o encontro se prolongaria.

Na portaria do meu prédio, parada rápida do veículo, a notícia de que não iria subir, o trânsito já estava complicado. Beijos.

No Dias dos Pais, hora e meia de felicidade com meus filhos.
Deus os abençoe.

Romeu Oliveira Gurgel.
Copacabana, 12 de agosto de 2011.

2 comentários:

  1. Feliz dia dos pais hoje e sempre, porque comemorar é assim. Celebrar é preciso e a hora e a data tem que ser aquela que os permita um encontro maior, como este intimista, fraterno e cheio de recordações.
    Eu vejo meu pai todos os dias, mas ,hoje, mamãe fez um almoço especial para o "Seu" Amintas. Passamos algumas horas juntos e foi muito bom!
    Não o sabia blogueiro, também sou de Itabirito e Ouro preto para o mundo... Voltarei! Abraços!

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  2. Dr Romeu,

    Parabéns! Afinal, todos os dias são dos pais e das mães.

    Beijos com carinho e grande abraço

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