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terça-feira, 19 de julho de 2011

O ÓBVIO, ORA O ÓBVIO!

O óbvio, ora o óbvio!
 Para se viver, sem sofrer, às vezes temos que desconhecer o óbvio ou fingir que não existe.
A hilária figura do “Seu” Saraiva vivida por Francisco Milani na televisão é a mais expressiva crítica às perguntas imbecis de tantos que não pensam antes de falar.
Outro dia, fui ao Shopping Rio Sul para comprar um presente de aniversário para minha netinha e fui encontrar uma loja de brinquedos ao lado da Livraria Saraiva.
Perguntei ao atendente se tinha o “namorado da Barbie que fala”.
- O Ken Carson???
Tive vontade de responder que o namorado da Barbie era a Mulher Maravilha, mas me contive e respondi afirmativamente.
Ao ver o boneco,  pedi para testar e ele me perguntou:
- Será que ele fala?
Mais uma vez tive que me contar, pois se o brinquedo era “o namorado da Barbie que fala” não podia ser mudo.
Testei o brinquedo e disse que iria levá-lo para minha neta.
O que pensam que perguntou?
– O senhor vai comprar?
Sem preconceitos, nem homofobia, nada contra as loiras, fiz uma força enorme para não dizer ao rapaz que não iria comprar, mas que iria roubar o brinquedo. Contive-me e respondi que sim.
No caixa, enfim, uma pergunta razoável me surgiu, se eu ia pagar em dinheiro ou cartão. Respondi que em dinheiro, paguei e fui para o setor de empacotamento.
A jovem, linda e simpática, verificou a nota fiscal e, com um sorriso encantador, perguntou:
- É para presente?
Desculpem, amigos, mas não consegui agüentar mais e, como não podia dar um ataque cômico como o do Saraiva, respondi com um largo sorriso, tentando imitá-la:
- Não. Pode tirar da caixa, vou sentar-me aqui no chão e brincar... tem algum outro velho de setenta anos por aí que também goste de brincar com boneco?

(‘Tá calminho, agora? Agora ‘tou...)
Romeu Oliveira Gurgel,
Copacabana, 19 de julho de 2011.

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